A UE não quer deixar espaço para dúvidas e é responsável por demonstrar seu compromisso com a energia “verde” ano após ano. Em 2016, 86% dos 24.484 MW de nova energia instalada pelos Estados-Membros (ou seja, 21.098 MW) eram renováveis, segundo o empregador do setor eólico do Velho Continente WindEurope.
De fato, o vento foi a fonte que adicionou mais capacidade no ano passado, especificamente 12.490 MW, ou seja, 51% do total. As usinas onshore (no continente) continuam sendo a opção majoritária – 10.923 MW – apesar do firme compromisso com o offshore (marítimo) – 1.567 MW -.
No ranking, seguiu-se energia solar fotovoltaica (que agregou 6.700 MW, o que representa 27,4% do total), gás natural (3.115 MW, 12,7%), biomassa (1.064 MW, 4,3 %) e a usina hidrelétrica (que entre as grandes usinas -657MW- e as menores -14MW- representavam 2,8% da nova energia instalada). As porcentagens de energia nuclear (28 MW), maré (13MW) e geotérmica (6MW) foram minoritárias.
Em relação ao carvão, embora tenha adicionado 243 MW novos ao longo de 2016 (o que representa 1% do total), perdeu outros 7.510 MW devido ao desmantelamento de várias usinas, o que levou a um saldo anual negativo. Assim, a energia eólica avançou pela primeira vez este combustível fóssil na história e se tornou a segunda maior fonte de energia instalada em toda a UE, superada apenas pelo gás natural.
Espanha à mercê do vento?
Desde 2000, os 27 estão imersos em um boom de vento. Nos últimos 16 anos, essas fontes renováveis adicionaram 142.600 MW nesses países, superando o aumento experimentado pelo todo-poderoso gás natural (98.500 MW). Em 2016, as turbinas distribuídas pelo Velho Continente geraram 300 TWh (terawatt-hora) e cobriram 10,4% da demanda de eletricidade da UE.
No entanto, a Espanha parece nadar contra a corrente em termos de energia limpa. Embora continuemos a desempenhar um papel de destaque na revolução do vento – somos o segundo país da UE com maior capacidade instalada -, em 2016, apenas 49 MW foram adicionados, segundo este estudo da WindEurope. Se prestarmos atenção aos dados fornecidos pela Wind Business Association, esse número seria reduzido para 38 MW. A Espanha só é superada nessa ânsia de demonstrar nosso baixo interesse pelo vento, Croácia, Estônia e Letônia.
No outro extremo, a Alemanha vence, com uma vitória, cujos 5.443MW cobrem 43,6% do total da nova energia eólica instalada na UE no ano passado. É seguido, à distância, pela França (1.561, 12,5%), Países Baixos (887 MW, 7,1%) e Reino Unido (736 MW, 5,9%).
Apesar desses números, a Espanha supera a Alemanha em termos de penetração deste renovável no mix elétrico. Segundo a WindEurope, em comparação com 16% na Alemanha, em nosso país a contribuição dessa fonte chega a 19% (porcentagem que a Red Eléctrica Española eleva até 19,2% no avanço de seu relatório de 2016 do sistema elétrico espanhol).
Menos investimento
Apesar dos bons dados registrados na UE, no ano passado o investimento em energias renováveis em todo o mundo foi de cerca de 271.642 milhões de euros, 18% a menos que em 2015, segundo dados coletados pela Bloomberg New Energy Finance em seu relatório anual. As razões para esse ‘crash verde’ devem ser buscadas tanto na redução significativa no custo de novas instalações quanto no colapso dessa despesa na China e no Japão, dois mercados que agora se concentram no uso máximo da energia com a qual Eles já contam. Vale destacar o financiamento histórico de que a energia eólica offshore foi registrada nesse ambiente de quedas generalizadas: US $ 29,9 bilhões, 40% a mais do que apenas um ano antes.
Fonte: expansion.com